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domingo, 12 de fevereiro de 2017

Guardiões e Guardiãs



Retirado do Livro "Legião - Um olhar sobre o reino das sombras" - Ângelo Inácio por Robson Pinheiro

Guardiões ou Exus

Na umbanda e nos cultos de origem afro, a palavra exu é empregada para se referir aos guardiões. - Porém, como exu é um termo comum à terminologia africana e afro-brasileira, em geral apenas nos cultos citados é que se utilizam esse e outros nomes, que, aos olhos de muita gente, são estranhos ou destituídos de significado.

Contudo, não podemos ignorar que os guardiões representam, em todos os planos onde atuam, uma forma de equilibrar as energias do universo, da mesma forma que os exus. Sem os guardiões, muitas tarefas, senão todas seriam inconcebíveis, tanto no plano físico como no astral.

"No entanto, não se deve fazer confusão, presumindo que todos os guardiões desempenham tarefas de igual teor.” Também no plano astral, é necessário conceber a idéia da especialização. Assim sendo, nossos irmãos umbandistas poderão chamar todos os guardiões de exus, indiscriminadamente, mas não entendemos que, a rigor, todo exu seja um legítimo guardião, pois há aqueles considerados exus inferiores, como os sombras, da milícia negra dos magos.

De acordo com essa ótica, os chamados exus superiores, conhecidos pela umbanda, podem ser denominados guardiões; os exus inferiores, ao contrário, podem ser denominados apenas de espíritos descompromissados com o bem.

- Observamos requintes técnicos nas ações de muitos exus inferiores, fato que os distingue dos quiumbas propriamente ditos. O caso dos sombras. Constituem uma força astral nada desprezível e organizam-se à semelhança de um exército, com seus diversos departamentos e hierarquia. Portanto, não podemos reduzi-los a quiumbas, que são entidades simplesmente desordeiras, sem nenhuma especialização em seus atos. Entre estes, não há hierarquia nem definição clara de papéis, muito embora comumente estejam sendo usados pelos magos e outras entidades.

- Há necessidade de estabelecer ordem e disciplina em todos os domínios do universo. Dessa forma, a falange dos guardiões desempenha uma função de zelar pela harmonia, a fim de evitar o caos.
A presença de representantes da ordem a atuar como força disciplinar nas regiões inferiores é imprescindível, se levado em conta o estado atual da evolução no planeta Terra. Poderíamos imaginar como seriam nossas atividades espirituais sem a dedicação e o trabalho dos guardiões?

Imaginemos cidades ou países sem policiamento, sem disciplina, sem ordem alguma...

Na umbanda, Exu é uma força de caráter masculino, é ativo, yang. Nos cultos de origem afro, é tido como agente mágico da natureza, correspondente às forças de equilíbrio. Como figura mitológica ou simbólica, Exu está intercalado nas encruzilhadas vibratórias, nos entroncamentos energéticos. Sob essa perspectiva, podemos entender que os guardiões, mesmo os de hierarquia superior, representam a ordem, o ponto de equilíbrio, onde cessa o conflito entre o bem e o mal, entre a luz e a sombra. Isto é, são os exus. Agem de acordo com a justiça, sem se pautar pelas noções de bem e mal desenvolvidas pelos encarnados. Orientam-se conforme a ética mais ampla e os conceitos cósmicos.

Embora as diversas especializações e a eficiência das falanges de guardiões, seu trabalho no mundo não consiste nem visa à eliminação das lutas do cotidiano. Ao contrário do que muitos observadores da realidade argumentam, esses espíritos, enquanto agentes de Deus que são, não estão aí para poupar o homem de enfrentar as questões que ele mesmo engendrou ao longo dos séculos. Absolutamente.
A função dessas equipes não é privar os indivíduos ou os governos dos desafios para o estabelecimento da paz, tampouco manter afastadas as inúmeras questões complexas e de natureza distinta que afligem a humanidade.

Os guardiões são elementos de equilíbrio - e não apenas de defesa. É fundamental salientar a diferença.

Sob essa ótica, sua atuação limita-se à barreira do livre-arbítrio das pessoas e comunidades, a menos que, no exercício da liberdade individual, seja colocado em risco o grande plano divino de evolução para os povos do planeta. Nesse caso, os guardiões assumem o papel de instrumentos da lei de causa e efeito, impondo um limite àquilo que poderia gerar um desvio mais evidente e profundo no planejamento geral.


Caveiras

[...]Estes guardiões são os caveiras, como são conhecidos nestas regiões do astral inferior, bem como nos cultos umbandistas e de tradição afro. Ao contrário do que muitos médiuns ignorantes da realidade espiritual dizem, esta legião de espíritos trabalha para o bem, auxiliando nos cemitérios aqueles seres que desencarnaram e que, por algum motivo, permaneceram ligados ainda aos despojos em deterioração nas sepulturas.

Especializou-se na tarefa de limpeza energética dos cemitérios, evitando que magos negros e feiticeiros ainda encarnados, mas desdobrados, tenham êxito quando vêm em busca do fluido vital restante contido nos duplos das pessoas recém-desencarnadas.

Sua tarefa, de singular importância, consiste no processo de limpeza energética, ao mesmo tempo em que realizam a transição, para as esferas mais altas, daqueles espíritos que já acordaram para algo maior.

- O movimento espírita normalmente rejeita o uso de símbolos e nomes estranhos...

Mas o movimento espírita não é a doutrina espírita. Nesses redutos habitados por seres com costumes e interesses diferentes daqueles classificados como equilibrados, a atmosfera é muitíssimo densa. Ante a densidade dos fluidos, a periculosidade de muitos que estagiam por aqui e a insalubridade energética de regiões inteiras do plano astral, a linguagem do pensamento, como a conhecemos, torna-se muitas vezes difícil de propagar. Basta traçar um paralelo com a dimensão física para entender melhor essa realidade. Portanto, nada mais lógico do que associar imagens, símbolos e ideogramas para que certas falanges de espíritos prontamente se comuniquem e identifiquem logo com quem estão lidando.

Veja bem o caso de certos espíritos bastante respeitados, como os da Legião de Maria, tão comentada em um livro da médium Yvonne Pereira. Seus integrantes exibem uma cruz azul como emblema de sua tarefa, de seu vínculo com esse corpo de trabalhadores.

O espiritismo, para o desgosto dos adeptos pouco perspicazes, traz um sinal distintivo inspirado pelo próprio Espírito Verdade. Falo da insígnia que Allan Kardec inseriu no cabeçalho do texto intituladoProlegômenos, que temos como a ata de fundação do espiritismo na Terra. Está lá, logo no início de O livro dos espíritos, a cumprir uma determinação direta daquelas almas que patrocinaram a Codificação, conforme ele explica. É o ramo da videira, simbologia destrinchada pelos espíritos ao longo do texto.

Pombas-Gira

É a chamada polícia feminina do astral. Na umbanda, são conhecidas como pombajiras, ou bombonjiras , como expressam melhor alguns umbandistas.

Formam uma falange de amazonas do plano astral e trabalham em todo caso que envolve sentimentos e emoções mal orientadas e desequilibradas, que é sua vocação. Quando o caso exige um acompanhamento ligado ao emocional, nada melhor do que espíritos especializados nessas questões, que, além disso, são portadores da garra e da determinação que distinguem as guardiãs comprometidas com o bem do próximo.

Elas operam nas encruzilhadas vibratórias, que não guardam relação com as chamadas esquinas das ruas terrenas. São exímias conhecedoras dos problemas do coração, da sensibilidade, e exercem seu trabalho com maestria quando se cruzam os problemas da razão, da perda do bom senso, com aqueles gerados por emoções descontroladas.

Ao contrário do que muitos médiuns expressam, em seu animismo confundido com mediunismo, esses espíritos não se comportam do modo como são retratados pela incompreensão. Para nosso desapontamento, muitos sensitivos, que desonram o verdadeiro trabalho dessas guardiãs, representam-nas, no momento da incorporação, utilizando palavrões, atitudes grotescas e maldosas, desprezando a oportunidade ímpar de concorrer para o equilíbrio do sentimento e das emoções, técnica que elas dominam como ninguém no astral inferior.

Em suma, não podemos prescindir de sua atuação, pois nas esferas do umbral elas desempenham atividade fundamental no resgate dos espíritos comprometidos com o coração, a emoção e a sexualidade.

É certo, que existem espíritos na forma feminina que abusaram da sexualidade e, do lado de cá, continuam com seus desequilíbrios, tanto quanto ocorre com espíritos na forma masculina.

Muitos médiuns se sintonizam com essas entidades, que várias vezes pretendem se mostrar, através da incorporação ou da psicofonia, como sendo bombonjiras. São farsantes, espíritos inferiores e desrespeitosos, que produzem mistificações as mais diversas ao estabelecer sintonia com médiuns obtusos, comprometendo assim a imagem e o trabalho sério das verdadeiras guardiãs.


Nota


Na qualificação de Exu, por nossa religião de Umbanda, respondem apenas os Guardiões, que o texto descrimina com exus superiores, Trabalhadores com varias especificidades determinadas por suas falanges, nenhum espirito que tenha a conotação de Exu, é descompromissado do bem, pelo contrario, são espíritos executores das leis divinas e por serem conhecedores das mesmas, sabem muito bem as consequências dos seus desvios. 


Espíritos sem Orientação com relação as trevas, são denominados Kiumbas.

Fiz este comentário para ajudar a desmistificar a imagem dos Exus, confundidos com seres que servem as trevas e infelizmente se utilizam dos nomes mais conhecidos de falanges para praticar suas maldades e receber suas ofertas sanguinárias por elas.

Grato ao autor pelo texto, que é muito instrutivo e esclarecedor.

Um Abraço fraterno a Todos 


Luis Santos Sacerdote.


 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Ectoplasma na Umbanda




ECTOPLASMA NA UMBANDA

Um dos elementos bioenergéticos mais utilizados por Caboclos, Pretos-Velhos, Exus e Crianças, seja em atividades curativas, harmonizatórias, e, também, em neutralização de demandas, é o denominado Ectoplasma.

O Ectoplasma, que tem despertado um grande interesse por parte das religiões mediúnicas e de cientistas de todo o mundo, é uma substância material, visível ou não, consoante sua quantidade e densidade, absorvida/produzida pelo corpo humano a partir da fusão e posterior metabolismo de quatro fluidos, quais sejam fluidos astrais (química astral); fluidos da natureza (raios solares, raios lunares, gases etc.); e fluidos orgânicos e inorgânicos de nosso planeta (minerais, vegetais e animais).

É de conhecimento também que o ectoplasma localiza-se nas células humanas, constituindo-se como uma parte etérica das mesmas. Esta matéria, que em alguns casos de acúmulo excessivo, apresenta-se como uma geléia viscosa, de cor branca, semi-líquida e que sai através dos principais orifícios do corpo humano (boca, narinas, ouvidos etc.), é um dos elementos integrantes de nosso corpo vital (duplo etérico), sendo o envoltório intermediário entre o perispírito (corpo astral) e o corpo físico.

É o dinamizador da parte bio-fisiológica do ser humano encarnado. É encontrado em maior quantidade na altura dos centros de força (chakras) Gastrico e básico.

Não vamos nos ater a discorrer sobre o emprego de ectoplasma na materialização de espíritos e objetos, situações em que deve haver um grande acúmulo de ectoplasma nos doadores desta substância, mas sim na sua utilização por parte dos espíritos trabalhadores de nossa elevada Umbanda.

Os Caboclos, Crianças, Exus e Preto-Velhos (as quatro formas fluídico-perispirituais de manifestação de espíritos na Umbanda) costumam utilizar o ectoplasma de seus médiuns para os mais variados fins (lembre-se: espíritos não têm corpo vital, logo não têm ectoplasma.

Nos trabalhos de cura, costumam aplicá-lo nos centros de força dos assistentes, a fim de reequilibrar o fluxo energético (absorção e emanação de energias).

Nos trabalhos direcionados ao desmanche de baixa magia, as entidades potencializam a substância ectoplasmática, deslocando-se a lugares onde está a origem material da feitiçaria (objetos vibratoriamente magnetizados), passando a manipular tais materiais, desmagnetizando-os e neutralizando as demandas.

Devido aos espíritos utilizarem o ectoplasma humano em algumas tarefas onde há a necessidade deste fluido vital, muitos médiuns, ao término de uma sessão ou gira, sentem-se fatigados, cansados, exauridos de energia, e com apetite aguçado.

Esta situação ocorre em grande parte, e em vários graus, conforme a quantidade sorvida, em razão da retirada de parte do ectoplasma do médium por parte dos espíritos trabalhadores.

É um acontecimento natural, facilmente dirimido pela ingestão de líquidos como água pura, sucos, refrigerantes, comestíveis, e, se possível, um ligeiro repouso. Após um curto espaço de tempo o ectoplasma volta a seu nível normal.

O Ectoplasma ainda é assunto a ser mais explorado. A cada dia surgem novas informações sobre este nobre fluido que é de suma importância para a Humanidade.

O que se deve ter em mente, principalmente por parte dos médiuns sérios, é que a maior qualidade do fluido vital ectoplasmático está diretamente ligada aos hábitos do indivíduo, enquanto membro de uma sociedade heterogênea.

Portanto, é de suma importância que não se abuse de bebidas alcoólicas, fumo e sexo, que, se ingeridos ou praticados em demasia, poderão influenciar na maior ou menor eficácia de determinados trabalhos espirituais.


Sarava a Umbanda
!

Por André Luiz Rocha

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

A pimenta e a magia


Pimenta

A pimenta simboliza a energia, a proteção, a prosperidade, a sorte, a sensualidade, a sexualidade.
O uso da pimenta remonta há séculos antes de Cristo; utilizada inicialmente na Ásia e na Europa, atualmente seu uso se disseminou pelo mundo. Existem mais de 200 diferentes espécies e, no século XV, a pimenta foi um importante tempero de carne, custando um preço altíssimo.
Além do uso culinário é empregada em remédios caseiros, para infecções pulmonares, vermes, dores de estômago, dentre outros.

Significado Místico

Muitas culturas utilizam a pimenta como amuletos da sorte, ou seja, contra as energias negativas, uma vez que sua característica mais marcante - ser ardida e de coloração forte - afasta os maus espíritos, o mau olhado e a inveja.
Além disso, os pés de pimenta plantados nas portas das casas simbolizam a proteção, a sorte e a prosperidade beneficiada pela presença da planta. Caso a planta morresse, acreditava-se que a energia estivesse muito carregada, tendo a pimenteira a característica de absorver o "olho gordo" e não deixar passar as más energias, de modo que o seu poder simbolizava essa transformação.
Assim, em virtude do seu grande poder, a pimenta é também muito utilizada na bruxaria, nos rituais e nas oferendas.

Pingente

Da mesma forma que as pessoas que gostam de tatuagens escolhem a imagem desse condimento como um amuleto, há pessoas que preferem tê-lo sempre consigo na forma de um pingente pendurado num cordão ou numa pulseira.

Umbanda

Na Umbanda, a pimenta é considerada um alimento quente e, por isso, associado ao fogo e utilizado por alguns mentores espirituais como Preto Velho e o Exu, com o intuito de renovação espiritual e limpeza de energias.

Fonte: Dicionário dos Símbolos

A importância do ovo nos rituais mágicos




 " O Ovo " 

O ovo é o principal e maior símbolo da fertilidade, utilizado amplamente nos rituais de purificação, iniciação, Borí e ebós de propiciação e defesa. Existem vários contos de Ifá relatando a grande importância do Ovo. Uma delas conta que, Òlódúnmàré (Deus) estava para dar origem ao universo, tinha num pote de barro “4 Ovos”. 
Com o 1º ovo deu origem primeiramente a Òòrìsànlà-Òbátálà surgindo na explosão da luz sem forma quando literalmente Deus disse haja luz assim Òòrìsànlà surgiu no mundo, 

Com o 2º deu origem a Ògún a forma, 
Com o 3º deu origem a Òbálúwàiyé a estrutura, 
Com o 4º ovo acidentalmente caiu de sua mão estourando no chão revelando sua riqueza originando assim a primeira mulher universal chamada Ìyàmi-òsòróngà, expondo o segredo de sua riqueza para o grande pai, ou seja, mostrando seu poder de fertilidade e sobrenatural exposto a olho nu diante do Deus Supremo, nascendo assim, a fonte mantenedora da vida.



O Ovo possui três diferente cores associado as cores principais e primordiais do universo; o ovo de casca azul representando a cor preta relacionada ao “Aba” = a escuridão as trevas das profundezas da terra e mares, o ovo de casca branca relacionada ao “Iwà” = a explosão da luz, e finalmente o ovo de casca vermelha relacionada ao “Àsé” = fogo mantenedor da fertilidade totalmente relacionado ao poder sobrenatural. 
Seu conteúdo possui diversas características, o qual na maioria das vezes é branco, frágil e oval. Dele nasceu um novo ser, associado a idéia de que o universo surgiu primordialmente dele próprio, na forma de um protótipo do mundo. Como um filho de asas negras = ÌYÀMI-ÒSÒRÓNGÀ que foi cortejada pelo vento = ÒÒRÌSÀNLÀ-ÒBÁTÁLÀ. 
O ovo é uma célula reprodutora feminina dos animais chamada macro-gameta, ou seja, rudimento de um novo ser organizado, primeiro produto do encontro dos dois sexos, pelos quais desenvolve a possibilidade de existência do fato. Germe, origem, princípio. Uma imagem viva do grande mundo (O Universo), em oposição ao microcosmo (o homem). 

O Ovo é resultante da composição e fecundação de óvulos, possuindo 4 partes: 
1º parte é a casca que representa o útero (invólucro mítico), 

2º parte é membrana interna que representa a bolsa, placenta uterina (parede defensora), 

3º parte é a clara, matéria viscosa e esbranquiçada, do grupo das proteínas que representa o útero, 

4º parte é a gema amarela, parte intima, central e globular suscetível de reproduzir, a qual representa o feto, um novo ser engendrado preparado para nascer e atuar no que for necessário. 
O mito do ovo está presente em todas as culturas antigas, entre elas a Yorubá, Polonesa, Fenícia, Chinesa, Eslava, Polinésia, Finlandesa, Hindu, Germânica, Hebraica entre outras. A força germinal contida no ovo, esta associada à energia vital com grande desenvolvimento através de èsú, motivo pelo qual, tanto o ovo como Èsú, desempenha uma função importantíssima no culto Yorubá principalmente no culto de ÌYÀMI-ÒSÒRÓNGÀ, ÒSÚN,  IYEWÁ, OYÁ, ÒMÒLÚ e etc... 
Confirmando um total culto à fertilidade, magias curativas, purificando e quebrando as forças maléficas. A gema, sangue germinal unida à clara para obter nutrientes e hidratação necessária, transformados num único ser vivo individual no interior do ovo, plagiando o mesmo processo no interior do útero, que indiscutivelmente é o mesmo processo que acontece nos rituais, numa mesma idéia de união do casal universal; Òòrìsànlà-Òbátálà e Iyémowo. 

Só o que no contexto do ovo, acontece mais rapidamente não existindo nenhum tipo de vinculo biológico entre a mãe e o filho, ou seja, não existe cordão umbilical. Isto explica o poder contido no ovo por si só, o qual foi um elemento criado diretamente pelo todo poderoso Òlódúnmàré (Deus), que colocou primeiramente o Ovo no mundo, logo depois surgindo dele a vida, ou seja, a ave. Por isso, o ovo é um elemento originado do criador, o símbolo mais importante representante do poder de ÌYÀMI-ÒSÒRÓNGÀ a mãe universal que necessita intrinsecamente do poder masculino de ÒÒRÌSÀNLÀ-ÒBÁTÁLÀ, o qual faz o ovo um elemento de muito Asé (poder realizador). 

O ovo é utilizado amplamente nos rituais sob várias formas depois de encantados por palavras mágicas; na finalidade de neutralizar o mal, purificar a cabeça de um Iyawo antecedendo a iniciação, purificar a cabeça das que habitualmente irá receber sacrifícios no Ori, antecedendo o bori, purificar o caminho de pessoas que tem obstáculos na vida, tirar problemas de confusão, purificar uma pessoa com maus espíritos, tirar doença de mulheres e bebes tirar a Ikú das ou do caminho de alguém. 

O ovo e também utilizado nos rituais de propiciação; na finalidade de obter fertilidade, atrair dinheiro, produtividade nós negócios e apaziguamento de certa situação quando utilizado em ebós de ÌYÀMI-ÒSÒRÓNGÀ. 

O ovo quando cozido não possuindo mais então é utilizado inteiro sobre as oferendas das divindades, tendo somente a função de neutralizar doenças negativas. Já quando cozido e esfarinhado misturado ao “EKURU” também esfarinhado, este tipo de comida é utilizada para espalhar sobre o solo da casa de òrìsá, na finalidade de agradar os “AYES” (espíritos que residem na terra) espantando o mal ou neutralizando as energias negativas, quando é invocado neste ritual; os AYE sob o domínio de Ìyàmi-òsòróngà, Èsú e Òbálúwàiyé, assim propiciando abundancia e prosperidade para casa.

O ovo cru com seu frescor, quando utilizado inteiro em oferenda tem a função tranquilizar e refrescar. Por isso, é comum vermos muitos ovos crus depositados no chão aos pés de certos Ajùbò (assentamentos dos òrìsas) na finalidade de atrair abundancia e proteção, fazendo todas as divindades compreenderem perfeitamente que o èbò é uma súplica de fertilidade, germinação de filhos, dependendo da atuação da Divindade, ela não só atuará no tocante a fertilidade no útero, mais também propiciaria dinheiro, sorte, saúde e desenvolvimento na vida, por ser ovo um agente naturalmente fértil. 

Já os ovos crus, quando “quebrando” diretamente passando na cabeça, têm a função poderosa de purificar e livrar até 80% qualquer tipo de feitiço ou qualquer outro tipo de negatividade que esteja sobre o Ori de uma pessoa. Quando num èbò ovos crus são atirados no chão ou quebrados encima do corpo de uma pessoa num sacrifício de purificação vulgarmente chamados de descarrego, é na finalidade de desobstruir os caminhos tirando as dificuldades da vida ou qualquer espírito de força contrária que esteja acoplado no corpo (obsessores). 
Ao ser quebrado ele revela sua riqueza e seu poder tanto sobrenatural como concreto, pois no exato momento que é quebrado, o ovo não terá mais a possibilidade de germinar, ou seja, nascer algo dele, assim num tipo de substituição ou troca matará o problema que aflige uma pessoa possibilitando o fim de algo ou de uma situação negativa. Por este motivo que o ovo cru deve ser quebrado principalmente no Òrí de uma pessoa, numa preparação da cabeça que logo depois irá levar ritos sacrificatórios; começando pelo 1º sangue negro o Agbo-tutu (sumo de ervas fresca) em seguida o sangue vermelho de aves ou quadrúpedes e finalmente o sangue branco do igbin (caracol) que é espremido por cima de tudo, assim purificando, possibilitando a existência da força sobrenatural, acalmando e fertilizando a cabeça que esta no momento recebendo o puro ase , com a união dos três sangues primordiais após ter sido purificada com o ovo cru, possibilitando a pessoa obter sorte, dinheiro, felicidade, fertilidade, saúde e tranqüilidade. Quando um ovo é quebrado em qualquer ritual, o nome Ìyàmi-òsòróngà é respeitosamente citada e reverenciada, porque qualquer que seja o ovo lhe pertence, como relata vários Itãn-Ifá. 

Quebrar um ovo na rua (atirando no chão) pela manha por três ou sete dias consecutivos, chamando Èlegbara e Ìyàmi-òsòróngà e espargindo dendê por cima do ovo cru, este, é um simples e poderoso ritual do culto de Ìyàmi-òsòróngà, o qual tem a finalidade de afastar qualquer tipo de dificuldade ou prejuízo acalmando qualquer energia avessa do caminho de uma pessoa. 

Como relata ifá, o ”Ovo de pato” é o símbolo da vida e umas das proibições de Ikú (morte), a utilização do ovo de pata cru, é essencial principalmente em certos rituais e seu, com finalidade de quebrar a força da morte, doença e perdas, assim uma pessoa sairá vitoriosa obtendo longevidade, saúde e ganhos. Quando cozido e esfarinhado é utilizado como agente purificador passando pelo corpo de uma pessoa em èbós de Egungun ou Onilé (para dentro da terra), também como casca e tudo é transformado a pó (seco ao sol) utilizado no igbà-Orì e assentamentos dos Òrìsá de relação com ikú Ex: Èsú, Ògún, Òbálúwàiyé, Iyewá, Òmòlú, Erinlè, Ibeji, Sàngó, Oyà, Iyémowo, Òòrìsànlà, Ajaguémó, Iroko, Yòbá, Onilé, Egungun e Gèlèdè. 

Como relata Ifá, o único Òrìsá que não possui relação com ikú é o òrìsá Òsún, por ela não aceitar qualquer relação com situação de morte, também não aceita que os animais em seu culto sejam sacrificados (mortos) em cima de seu Okuta. Por esse motivo não admite a utilização de qualquer utensílio de cor escura, marfim, osso, buraco, agressividade e doença, os quais possuem totais relações com a morte. Isto também explica o porquê Òsún não aceita que suas filhas morram facilmente, assim Òsún os protege dando longa-vida numa ação de prolongar o Maximo o contato com a morte, todos esses aspectos de Òsún estão relatados nos Itãns do Odu Ósé.

Assim, o ovo de pata é amplamente utilizado nos “Èbós–Aiku” (sacrifício de longevidade) tirando qualquer tipo de morte, seja material, espiritual, financeira ou sentimental. Fica claro que o ovo utilizado na casa de Òrìsá é um elemento de Ìyàmi-òsòróngà sendo um utensílio de muito àsé. 



Classificação dos Ovos
Ovo de galinha cru – purifica e tranquiliza. 
Ovo de galinha cozido – tirar doenças. 
Ovo de galinha esfarinhado – neutralizar negatividade do ambiente, atrair prosperidade e abundancia 
Ovo de pata cru – enfraquece a força da morte, doenças graves e perdas. 
Ovo de codorna – Neutraliza feitiço. 
Ovo de D’angola – propicia dinheiro, sorte, prosperidade riqueza e sucesso nos negócios. 
Ovo de pombo – propicia tranqüilidade e fertilidade.